A criança que bate nos pais: como lidar?

a criança que bate nos pais

O que acontece quando uma criança bate nos pais? É importante entendê-la para resolver a situação o mais rápido possível.

Muitas crianças pequenas atacam física ou verbalmente seus pais quando estão com raiva. Esse fato pode ocorrer em qualquer família, independentemente do estilo parental ou das características de cada ambiente familiar.

A agressão infantil nem sempre está associada a um distúrbio, a um padrão cultural ou ao nível socioeconômico do ambiente familiar. Então, por que os filhos batem ou insultam os pais? Continue lendo e descubra.

A criança que bate nos pais: comportamento que deve ser revisto

É possível que você já tenha visto um menino ou uma menina que, em meio a um ataque de raiva, tentou empurrar ou bater nos pais, bem como presenciou cenas de insultos nada agradáveis.

São situações que têm impacto e que podem estressar os pais, pois eles não sabem como reagir a essa violência e podem até responder com mais violência. Portanto, é uma situação que deve ser abordada com muito cuidado e com a maior assertividade possível.

Embora possa parecer difícil de acreditar, a violência infantil pode ocorrer em qualquer lar e não apenas em famílias desestruturadas ou fragmentadas.

Fatores que influenciam a agressividade

Esse problema geralmente ocorre devido a uma série de fatores que devem ser levados em consideração para entender por que o pequeno tem dificuldade em administrar suas emoções adequadamente. De um modo geral, ele carece de habilidades suficientes para controlar as emoções intensas que sente em determinado momento.

Da mesma forma, pode acontecer porque no núcleo familiar há falta de regras e limites, ou que estes sejam excessivos. Nesse sentido, uma educação muito permissiva ou muito autoritária faz com que as crianças tenham baixa tolerância à frustração, sejam mais impulsivas e carentes de empatia.

É o que afirma um estudo publicado na revista Acta Médica del Centro, que acrescenta outros aspectos que podem influenciar esse comportamento. Um exemplo são as deficiências afetivas ou que as pessoas responsáveis pelo cuidado da criança mudam com frequência.

Outros elementos externos, como a baixa escolaridade dos pais ou a vivência em condições inadequadas, também exercem certa influência. A soma de todos esses fatores aumentaria a probabilidade de surgimento de comportamentos agressivos nas crianças.

A idade também é um ponto importante a ser levado em consideração. É preciso saber a idade do pequeno, pois uma criança de 15 meses que bate em alguém que pega um brinquedo não é a mesma que uma criança de 6 anos que empurra outra em um momento de frustração. Ou um jovem de 16 anos que ataca o irmão toda vez que fica com raiva.

Tudo isso está relacionado à internalização das regras que o pequeno pode ter em suas diferentes fases de crescimento. Uma criança com mais de 12 anos já conhece claramente os limites e as regras pelas quais a sociedade se rege. Portanto, a agressividade nesse ponto deve ser examinada mais de perto.

Então, a seguir veremos, de acordo com a idade, por que isso pode acontecer e o que você pode fazer para resolver o problema caso seu filho bata em você. Dessa forma, você entenderá o comportamento dele e saberá como abordar o assunto.

A criança que bate nos pais: 3 ou 4 anos

A criança que bate nos pais nessa idade pode ter comportamentos egoístas e agressivos quando faz birra. Mas é a partir dos 3 anos que esse comportamento deve ser eliminado e, assim, moldar o bom comportamento diante da frustração ou emoção intensa.

São reações normais de frustração nessas idades que, na verdade, não têm real intenção de prejudicar. É simplesmente uma resposta emocional à raiva explosiva descontrolada por não conseguir o que deseja em determinado momento.

Essa é a idade ideal para começar a ensinar aos pequenos estratégias de enfrentamento emocional para lidar com conflitos ou sentimentos negativos que possam ter.

5 ou 6 anos

Nessa fase, é possível que o pequeno sinta que a agressão é a única forma de chamar a atenção dos pais. Ele percebe que, quando tem uma explosão de raiva, seus pais o ouvem. Ocorre um reforço negativo que potencializa esse comportamento inadequado em seu desenvolvimento.

Nesse sentido, é fundamental que você observe seu próprio comportamento diante do comportamento agressivo de seu filho, a fim de avaliar se há algo em seu comportamento que possa ser imitado de alguma forma. Pense se há algo em sua atitude que pode fazer seu filho explodir.

A esse respeito, um artigo publicado na revista Liberabit afirma que há psicólogos que observaram uma relação frequente entre o comportamento agressivo de algumas crianças e um ambiente familiar carregado de emoções negativas entre seus pais.

Em relação a isso, analise quando sua filha ou filho está calmo e exige sua atenção ou ajuda e o que eles fazem quando você não os ouve ou não atende suas necessidades porque você está ocupado fazendo outras coisas. O que acontece quando você não demonstra empatia ou disponibilidade para suas demandas?

As crianças precisam se sentir ouvidas e compreendidas

Se você ignorar seu filho, ele pode preferir ter uma explosão emocional e receber sua atenção, em vez de se sentir ignorado. Se você reagir violentamente, mas ainda assim agradá-lo, ele continuará a repetir o mesmo comportamento. Portanto, sua reação é muito importante nesse tipo de circunstância.

Nem tudo que seu filho pede precisa ser atendido. E muitas vezes é preciso ensiná-lo a esperar e a tolerar a frustração por meio da empatia e do carinho. Mesmo que você não dê a ele tudo o que ele pede, preste atenção nele e foque nele seu interesse junto com um bom entendimento. Assim, você pode ensiná-lo a administrar melhor a frustração e as emoções mais intensas.

Ensine-o que as coisas que ele deseja podem ser alcançadas de outra maneira, por exemplo, comportando-se melhor sem bater ou sem comportamento agressivo.

A melhor forma de evitar que seu filho bata em você é ensiná-lo a enfrentar de forma assertiva todos os sentimentos negativos que ele vivencia.

Numa pesquisa divulgada através da revista NPunto, afirma-se que as crianças aprendem a gerir as emoções “através da escuta ativa, do diálogo, do desenvolvimento da empatia, da comunicação não verbal, do saber dizer não e também através da reação sem violência”. E que essas lições vêm sobretudo de dentro da família, traduzindo-se num estilo de vida saudável.

“As emoções estão presentes nas nossas vidas desde o momento em que nascemos e desempenham um papel importante na construção da nossa personalidade e do nosso convívio social, tendo em conta o ambiente e a personalidade.”
-Sonia Vázquez-

Você é o exemplo dele: o que você pode fazer?

Lembre-se de de que você é o melhor exemplo do seu filho e que, portanto, sua reação é essencial. Não perca seus papeis, não grite, não fique com raiva e, muito menos, bata. Porque se você fizer isso, seu filho provavelmente fará o mesmo quando ficar chateado.

Por outro lado, se seu filho bateu em você, é melhor se afastar da situação para respirar fundo. Assim, você pode pensar em como abordá-la de maneira positiva. Assim que o clima estiver mais calmo, você pode dizer algo como: “Não gosto de apanhar, então vou embora e, quando você se acalmar, podemos conversar e encontrar uma solução para o que está acontecendo com você”.

De acordo com um estudo da revista Parentinga paternidade responsiva é a chave para regular comportamentos perturbadores em crianças, já que “responder com sensibilidade à angústia de seus filhos pode trazer resultados positivos para a criança”.

Portanto, siga o que você diz e mostre ao seu filho que você só vai prestar atenção nele quando ele se acalmar. Dessa forma, os pequenos receberão duas mensagens: que as necessidades e sentimentos deles são importantes para você e que, se alguém não nos tratar bem, devemos estabelecer limites.

Fonte: Sou Mamãe– Imagens: Reprodução/Sou Mamãe

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Bibliografia:

  • Almagro-García, P., Cutillas-Poveda, M. J., Sánchez-Villegas, S., & Sola-Ocetta, M. (2019). Fuerza exterior, debilidad interior. Ejes fundamentales de la violencia filio-parental. Revista sobre la infancia y la adolescencia. (16), 1–13. https://polipapers.upv.es/index.php/reinad/article/view/10489.

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