A recusa em devolver a criança na guarda compartilhada e suas consequências emocionais

devolver a criança na guarda compartilhada

Por Priscila Salles

A guarda compartilhada é um arranjo de custódia em que ambos os pais têm a responsabilidade e o tempo de cuidado dos filhos após o divórcio ou separação.

Nesse arranjo, os pais dividem igualmente as responsabilidades e as decisões importantes relacionadas aos filhos, como educação, saúde e bem-estar geral.

Além disso, cada um dos pais tem um tempo definido para passar com os filhos, de forma que as crianças possam manter um relacionamento próximo e saudável com ambos os pais.

A recusa em devolver a criança na guarda compartilhada

Infelizmente, nem sempre essa relação acontece em harmonia. Em muitos casos há conflitos entre os pais, chegando ao ponto de um deles se recusar a devolver a criança, após um período de convivência. Essa atitude pode ocasionar grande impacto emocional e psicológico na criança.

Se isso ocorrer, pode ser necessário buscar assistência psicológica, jurídica e acionar a justiça para resolver a situação.

É importante lembrar que a guarda compartilhada envolve uma comunicação aberta e respeitosa entre os pais para garantir o bem-estar e a felicidade da criança. Qualquer violação do acordo de guarda compartilhada pode afetar negativamente o relacionamento entre os pais e a estabilidade emocional da criança, por isso é necessário tentar resolver essas questões de maneira pacífica e legal.

Consequências e prejuízos para a saúde mental da criança

Como mencionado acima, a situação de um dos pais se recusar a devolver a criança na guarda compartilhada, após um período de convivência, pode causar um impacto emocional significativo na criança. A sensação de não poder estar com o outro pai ou de ter sido afastado de um dos pais pode causar sentimentos de ansiedade, estresse, confusão mental e tristeza na criança. Além disso, a criança pode começar a sentir que ela é a responsável pelo conflito entre os pais, o que pode afetar sua autoestima e seu senso de segurança.

Essa situação pode gerar uma instabilidade emocional e psicológica na criança, que pode refletir em seu comportamento e em seu relacionamento com outras pessoas. A criança pode desenvolver problemas como:

·         Dificuldades de concentração;

·         Isolamento social;

·         Agressividade;

·         Vergonha;

·         Sentimento de rejeição;

·         Baixa autoestima;

·         Depressão, entre outros.

Por isso, é importante que os pais trabalhem em conjunto para garantir que a transição da criança entre as casas seja o mais tranquila possível, sempre se comunicando e respeitando o tempo e as necessidades da criança.

Caso ocorra uma disputa na justiça, é importante buscar profissionais especializados em direito de família e em psicologia infantil para ajudar a minimizar os prejuízos emocionais à criança e garantir que seus interesses e bem-estar sejam protegidos.

Por Priscila Salles – Imagem: Freepik

REFERÊNCIAS:

Schneebeli, F. C. F., & Menandro, M. C. S.. (2014). Com quem as crianças ficarão?: Representações sociais da guarda dos filhos após a separação conjugal. Psicologia & Sociedade, 26(Psicol. Soc., 2014 26(1)), 175–184. https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000100019

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Fabricius, W. V., Sokol, K. R., Diaz, P., & Braver, S. L. (2012). Shared residential custody: A recent research review (and implications for family law). Journal of Child Custody, 9(3), 214-233.

Johnston, J. R. (2013). The psychological impact of family law disputes on children and their families. Family Court Review, 51(3), 376-389.

Maccoby, E. E., & Mnookin, R. H. (1992). Dividing the child: Social and legal dilemmas of custody. Harvard University Press.

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